quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Palavras bonitas


"Dizia que queria “viver, viver muito, conhecer todos os lugares, explorar”. Seu dia a dia era um vai e vem de planos, ideias de viagens e pensamentos que só sossegavam quando pairavam no futuro. O presente, respondia, “é só um step para o que vai acontecer lá na frente”. Daqui a um mês, um ano, dez, vai saber. Mas era lá que estava toda felicidade que merecia, certeza.

Mas, ora bolas, os anos passavam e cadê aquele momento glorioso que nunca chegava? Os sonhos se esfarelavam pelas mãos como concreto que não dá liga. A vida adulta também não facilitou: seguiu todos os caminhos esperados e, quando percebeu, estava dentro de um caminho engarrafadíssimo. Faculdade, casamento, filhos, trabalho – tudo isso consumia tanto tempo! Onde estavam as viagens e lugares que iam lhe fazer feliz de verdade? A cada passo que dava pra frente, a felicidade real recuava dois.

E a vida diária? Nossa, que horror. Os dias se arrastavam como se pedras estivessem amarradas em todos os membros. Definitivamente, não tinha como se satisfazer com aquilo. Quem em sã consciência vive assim e ainda consegue sorrir, ainda consegue se motivar para ir em frente? Ele que não. Pois era em outro lugar que descansava toda sua paz, seu futuro bem estar com gaivotas e coco na praia. Ou num canto escondido na montanha. Ou uma cabana na floresta. Vai saber. Mas não era ali. (...)"

Texto completo a ler na Revista Carne Seca

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