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domingo, 28 de junho de 2015

Quem ama escreve assim

Deixa-me ficar aqui só a ouvir-te respirar. Deixa-me ser fada e vidente e adivinhar nos teus olhos de mal alguma tristeza que eu possa curar. Deixa-me encostar a face ao teu peito e ficar a contar as batidas do teu coração, a pensar que estou dentro dele e que me queres como eu te quero. Deixa-me ficar só aqui concentrada nos teus olhos que quero sempre a rodear-me, a cuidar de mim, a fitar os mesmos sonhos e as mesmas realidades. Deixa-me ficar aqui, ao pé de ti ... Deixa-me beijar de mansinho o teu pescoço exageradamente perfumado e pensar que nem todo há tempo para amar quando todo o tempo do mundo parece tão curto. Deixa-me parar os nossos relógios, deixar o mundo de parte e sentir que nada mais importa quando estamos juntos. Deixa-me nascer dentro de ti, ensina-me a gritar pelo teu nome todos os dias, ensina-me a pedir-te o que me dás sem eu pedir, ensina-me a dar-te mais do que o máximo do que já te dou. Abre o coração, não para que eu entre nele, mas para convidá-lo a caminhar sempre do lado do meu, abre-o para que possas sentir-me quando eu estiver a milhas de distância, quando a alma chorar de saudades. Deixa-me inventar pós mágicos para que estejas onde não estás. Deixa-me apanhar a boleia daquele pato bravo e aterrar numa terra onde caminhes sempre do meu lado, como manda a lei da física, onde tu me vejas sempre que quiseres e eu te possa sentir o tempo todo. Deixa-me amar-te sem limites e afastar esta sensação de que as horas podem controlar o tempo necessário para se amar e ser amado. Deixa-me ficar para sempre contigo.

domingo, 26 de abril de 2015

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Destroços de silêncio

Oiço o silêncio de mim própria a ressoar cá dentro e, no desespero por um segundo de paz e luz, abafo-o com esta esperança em que já nem quero crer. Sigo a linha contínua de destroços contando-os e sei do tempo de cura de cada um deles. Menos deste. Sou tão má a aceitar as minhas perdas. Volto-as contra mim como canhões e disparo sem perdão. Assumo a culpa de tudo. Mesmo quando sei que não a tenho na totalidade. E fica mais difícil ver o sentido, o ensinamento. A solidão é o pior presente envenenado que se pode ter. Sinto-me enclausurada numa sala sem vida onde a única coisa que se afirma é a minha lamentação. Estou cansada de ouvir o teu nome. E estou cansada das tréguas falsas que dou a mim mesma na tentativa de ver o melhor da situação. Precisava tanto que, apenas pelo tempo que te é permitido, deixasses cair essa redoma em que te impuseste para afastar o meu sofrimento, e me falasses do silêncio que também ouves dentro de ti. Só para não sentir que aqui estou só.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Um sapato que já não serve


Num sítio onde tantas vezes vou buscar inspiração e reflexão, li esta frase da querida Sofia:
"Insistir numa coisa (ou num alguém) que não bate certo é como querer calçar uns sapatos que já não servem: só (nos) magoa."

E fiquei a pensar o quanto esta minha força quase auto-masoquista de acreditar nas pessoas e nas segundas oportunidades me obriga a ter um armário cheio de sapatos que me magoam. As pessoas dificilmente mudam. E quando mudam é para pior porque isso é tão mais fácil. Ser melhor dá imenso trabalho. Acima de tudo, ser melhor obriga-nos a admitir que estamos a fazer algo mal e isso é coisa dos fortes, dos masoquistas, ou dos que pensam demais. Ser melhor é avançar e isso fica muito longe da nossa zona de conforto.

Mas admitamos. Eu vou ter sempre sapatos que não vou conseguir calçar mas mesmo assim achar que são os mais especiais do meu armário. E vou sempre acreditar em príncipes encantados e amores eternos. E em cada linha de um poema romântico. E vou saber recitar meia dúzia de músicas lamechas que já ninguém ouve. Por mais que me partam o coração.

domingo, 12 de abril de 2015

Dos arrependimentos


Não consigo conceber o momento em que, no final da vida, olhando para trás, tenha de avaliar o meu próprio percurso com a nitidez que quem já não tem nada a perder. Mais do que o medo da morte tenho medo do arrependimento. Tenho esta irrevogável certeza que o que não ficou feito pesa mais dolorosamente do que a despedida do que se teve coragem para fazer. Que o arrependimento de ter cedido tantas vezes ao medo (e muitas delas conscientemente) é o nosso elo de desconexão com a vida. Ou com o que ela devia ser. Ninguém se arrependerá de não ter passado mais tempo a passar a roupa a ferro. Ninguém dirá que se arrepende de não ter trabalhado mais. Só o que realmente importa nos deixa arrependimento. Eu sei que vou lamentar não ter olhado mais vezes mais o céu estrelado. Eu sei que vou lamentar não ter perdoado mais. E viajado mais. E dito mais vezes "gosto de ti" a quem me preenche o coração. Vou lamentar não ter tido mais conversas pela noite fora, Ou de não ter suplicado por mais abraços. Vai pesar a coragem que não tive. Vou lamentar não ter lutado mais pelo que não me deixa dormir à noite.
E eu sei ... Cada momento é uma oportunidade para não me arrepender.

domingo, 8 de março de 2015

Das coisas que fazem sentido


A proporção de dois ouvidos para uma boca. As palavras podem ferir, o silêncio é melhor curandeiro. Dias nublados que dão mais sentido à luz. Termos pernas e não raízes porque há um mundo para lá do horizonte por descobrir. Sabermos que o laço que nos prende à família tem qualquer coisa de inquebrável que resiste ao tempo e à distância. Que a Primavera venha depois do Inverno. Termos apenas um coração pois só se pode amar uma pessoa. Saber perdoar o que nem tem perdão. Ver felicidade em sítios escuros. Que a vida ande a contra-relógio, para que cada dia tenha a leveza de uma tonelada de oportunidades. Ser primeiro criança e depois adulto pois sonhar é a primeira coisa que se deve aprender. Que a vida descubra uma forma de renascer na improbabilidade.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Palavras bonitas


"Dizia que queria “viver, viver muito, conhecer todos os lugares, explorar”. Seu dia a dia era um vai e vem de planos, ideias de viagens e pensamentos que só sossegavam quando pairavam no futuro. O presente, respondia, “é só um step para o que vai acontecer lá na frente”. Daqui a um mês, um ano, dez, vai saber. Mas era lá que estava toda felicidade que merecia, certeza.

Mas, ora bolas, os anos passavam e cadê aquele momento glorioso que nunca chegava? Os sonhos se esfarelavam pelas mãos como concreto que não dá liga. A vida adulta também não facilitou: seguiu todos os caminhos esperados e, quando percebeu, estava dentro de um caminho engarrafadíssimo. Faculdade, casamento, filhos, trabalho – tudo isso consumia tanto tempo! Onde estavam as viagens e lugares que iam lhe fazer feliz de verdade? A cada passo que dava pra frente, a felicidade real recuava dois.

E a vida diária? Nossa, que horror. Os dias se arrastavam como se pedras estivessem amarradas em todos os membros. Definitivamente, não tinha como se satisfazer com aquilo. Quem em sã consciência vive assim e ainda consegue sorrir, ainda consegue se motivar para ir em frente? Ele que não. Pois era em outro lugar que descansava toda sua paz, seu futuro bem estar com gaivotas e coco na praia. Ou num canto escondido na montanha. Ou uma cabana na floresta. Vai saber. Mas não era ali. (...)"

Texto completo a ler na Revista Carne Seca

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Vaso partido


Sou um vaso desfeito em mil pedaços. Espalhados à minha volta sem propósito, dispersos do que já foram e sem um projecto de como se manterem juntos. Pedaços solitários que já não sabem o seu lugar. Olho para todas estas rachas, e para os bocados que de mim saltaram e não tenho forma em mim de os voltar a colar. Sinto que me faltam peças e, mesmo que reconstrua o vaso, ele nunca será igual. Nunca ficará perfeito nem completo. Um vaso partido não serve para nada: não aguenta a água, nem as flores.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sorrisos e Lágrimas

Sempre fui assim, pequena em mim mesma. Mais julgadora de mim própria do que amiga do que sou. Numa busca de perfeição constante, exigência no máximo e culpa derrotista. Sempre soube que, sozinha, sou menos do que quero ser. Construir o abrigo em ti foi a minha cura perfeita. Fez-me ser forte, porque ao pensar em ti, tudo me parecia mais facilitado. Todas as coisas difíceis tinham como objectivo ser mais um passo à frente para nós. E isso fazia-me continuar, sempre, sem olhar para trás. O teu abrigo fez superar-me a cada passo. Mesmo quando estava sozinha o que me fazia continuar era saber que tinha sempre sítio para onde voltar, o teu abraço. Agia como uma extensão da tua força por não ter em mim, essa capacidade de a criar. És bom a acalmar-me, a criar sorrisos. E, por isso, sempre me deitei na tua coragem e nunca aprendi a desenhá-la de mim para mim. Quando o jogo reverteu e foste tu a precisar de um sorriso eu não te soube fazer sorrir. Eu não sei conjugar o verbo sorrir sem ti. Caí no poço. Olhei para dentro de mim à procura de respostas, à procura de um manual de instruções de como criar felicidade. E percebi que sempre tinhas sido tu a fazê-lo por mim, eu nunca aprendi a fazê-lo sozinha. Quando mais precisavas que te alegrasse e levantasse do teu poço eu estava subterrada no meu poço de tristeza. A sentir-me só, vazia, olhar impávido para um caminho que nunca aprendi a percorrer. Sem conseguir perceber que quem precisava de mim agora eras tu.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Perdi-te


Não sei exactamente quando te comecei a perder mas sei que foi, exactamente, no mesmo dia em que me comecei a perder a mim. E culpo-me pela minha desatenção, se te larguei as mãos por um segundo apenas. Ninguém se perde sozinho. Inutilmente, supus que me julgavas sempre aqui, mesmo quando eu perto estava longe. Se não tivesses pensado que estavas sozinho, estarias ainda aqui? Sabes voltar a casa? Ainda te lembras do cheiro das tardes de sábado e do riso do teu prato favorito? Do trajecto dos nossos passeios, do contorno das minhas mãos?
Volta .. que preciso de me encontrar em ti, outra vez.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ensinamentos

Tantas vezes, ao longo deste ano, o que eu antecipava penoso, passou fácil. E o que já estava enraizado, as coisas previsíveis, tornaram-se difíceis. Sobreviver a este ano carimbou-me na pele a certeza de que sou capaz, mais forte, mais teimosa. Mesmo quando as rotas traçadas gostam de se reinventar ou os verbos escapam da combinação perfeita, resto eu, estou cá eu. De pé. Com mais um arranhão no joelho, meia dúzia de sonhos a desconcertar e esta calma, esta certeza de que tudo chega ao seu lugar. De que há um destino que nunca me falha, que me ensina a manter de pé: umas vezes atrapalhando os passos, outras vezes dando-me asas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Christmas



Desejos de Natal.

Gostava mesmo de saber sempre o que dizer. De ter sempre razão. De saber sempre escolher o melhor caminho, de nunca ficar triste, de ter sempre amigos por perto. E chocolate também. Queria mesmo gostar dos outros nas suas imperfeições, fazer tudo certo, nunca pintar fora do risco, nunca dizer palavrões. Trocar as dúvidas pelas certezas, nunca tomar decisões de cabeça quente nem subestimar a importância do tempo. Queria ser sempre optimista, já acordar bem disposta e dormir sem prestar contas aos pesadelos. Gostava de ter uma saúde de ferro, uma memória de elefante e nunca desiludir ninguém. Gostava de ter menos do que tenho a mais e mais do que tenho a menos. E de dar abraços que ultrapassassem oceanos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Crescer


Não me importava de ser um cogumelo. Os cogumelos podem crescer em qualquer sítio.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Fernando Pessoa

“Não se acostume com o que não o faz feliz. Revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca. Se o achar, segure-o.” Fernando Pessoa

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Dos que partem


Photo by the fantastic Bruno Ázera

Coragem, às vezes, é desapego. E alcançar sonhos é um movimento tão corajoso! No fundo, são só escolhas ... Quando se dá um passo em frente, inevitavelmente alguma coisa vai ficar para trás. Não quer dizer que fique esquecida. E não foi no fundo essa coragem que nos uniu em primeiro lugar?

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Do escuro dos dias


Photo by Salt & Steel

Se eu me deixo ficar no escuro não vejo os passos que tenho de dar. E vou assustar-me com os sons e as sombras. Vou estar insegura, agarrar-me às paredes na tentativa de encontrar a direcção certa. Se eu me deixo invadir pela tristeza, nem o momento mais alegre do meu dia será capaz de iluminar-me os passos. Se eu continuar a levar dentro de mim este peso amaldiçoado que é saber que se está no lugar errado, não vou conseguir reter a energia que preciso para daqui voar. Vou, de certo, enganar-me no caminho, vou rodopiar como uma borboleta desorientada. Tenho de procurar a luz.

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If I let myself stay in the dark I cannot see the steps that I have to take. And I will freak with the sounds and shadows. I will be unsafe, grab the walls in an attempt to find the right direction. If I let myself be invaded by sadness, not even the happiest moment of my day will enlight my steps. If I continue to carry within me this damned weight of knowing that I am in the wrong place, I will not be able to hold the energy that I need to fly away. I will get the rong road, I'll spin like a disorientated butterfly. I need to find my light.

sábado, 8 de novembro de 2014

Da cidade para o campo



As cidades são feitas de pessoas. No perímetro reduzido das cidades, os pontos cardeais de cada um por vezes atropelam-se e empurram-se. Há tanto a girar à tua volta que perdes o centro do que é só teu. Estás sempre em caminho proibido, nada te pertence de verdade. O teu Sul encontra o Norte de outra pessoa mesmo quando pensas que vais só. O que tu fazes e sonhas nunca te pertence só a ti. É sempre uma junção das pessoas que não conheces, e das linhas conjuntas da cidade. Nunca me sinto só numa cidade.
O campo é feito só de ti.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Pessoas Raio de Luz







Pessoas Raio de Luz [definição]: pessoas de alma transparente que nos inspiram a sermos melhores; pessoas que irradiam uma luz própria singular; pessoas que nos fazem sorrir; pessoas que nos entraram no coração, mesmo não as conhecendo de verdade; pessoas a quem desejamos o bem; pessoas que partilham magia; pessoas que sonham.

Nesta minha definição de "pessoas raio de luz" cabe o nome da Ana. Não a conheço, nunca lhe falei, só sei dela aquilo que ela partilha com o resto do mundo. Anonimamente, visito-a todos os dias. Ela, e as suas fotografias (como as que partilhei acima), fazem-me acreditar e isso não tem preço. 

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Sunshine People [definition]: people with a transparent soul that inspire us to be better; people who radiate a unique light; people who make us smile; people that are a part of our heart, even if we did not known them; people that we wish well; people who share magic; people who dream. 

Ana is one of these "Sunshine people". I do not know her, never talked to her, just know what she share with the rest of the world. Anonymously, I visit her everyday. She, and her photographs (as the ones that I shared above), make me believe and that is priceless.


domingo, 26 de outubro de 2014

190 milhões de euros

O que muda na vida de alguém que, de repente, ficou 190 milhões de euros mais rico? De pobre para milionário num só dia. O dinheiro traz-nos a chave de uma porta que dificilmente pensávamos abrir. Dá-nos o lado de lá, de uma realidade longínqua com a qual nunca aprendemos antes a conviver. Dá-nos acesso. Portas abertas (por conveniência). Sorrisos largos (e falsos). Pessoas (não as certas, essas chegam sempre à nossa vida por mero acaso).
Mas a parte mais genuína e verdadeiramente tentadora de ser-se rico, é ter-se liberdade. Ter a liberdade de recusar o que nos fazia infelizes. Ter a liberdade de escolher e de poder fazer apenas aquilo que de facto nos motiva. É poder esquecer, por momentos, todo o perímetro de reduções que o ser pobre implica. É não deprimir ao Domingo à noite porque amanhã é dia de voltar aquele trabalho. É não precisar de uma rotina, é poder ser desorganizado, não juntar cupões para os descontos de supermercado, não ficar em casa para poupar gasolina, não trazer marmita para o escritório. Escolher o que fazer com o dinheiro em vez que ser o dinheiro a destinar o que é possível fazer com ele. É poder sair pelo mundo, sem destino nem raízes. Ah, isso era mesmo muito bom!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Falhar



Que de todas as vezes que alguém diga que não és capaz de algo, mostres as medalhas do caminho, as marcas de guerra, a diferença entre o que eras e o que és. Que de cada vez que alguém te diga que vais falhar, mostres que isso é pouco em comparação com o que te move cá dentro. Se alguém duvidar de ti, faz com que tema o teu poder de superação e resistência. Faz com que nunca mais subestime o teu foco, o teu trabalho, a tua garra. Mostra que apenas tens medo do "não tentar" e nunca do "falhar".