sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sorrisos e Lágrimas

Sempre fui assim, pequena em mim mesma. Mais julgadora de mim própria do que amiga do que sou. Numa busca de perfeição constante, exigência no máximo e culpa derrotista. Sempre soube que, sozinha, sou menos do que quero ser. Construir o abrigo em ti foi a minha cura perfeita. Fez-me ser forte, porque ao pensar em ti, tudo me parecia mais facilitado. Todas as coisas difíceis tinham como objectivo ser mais um passo à frente para nós. E isso fazia-me continuar, sempre, sem olhar para trás. O teu abrigo fez superar-me a cada passo. Mesmo quando estava sozinha o que me fazia continuar era saber que tinha sempre sítio para onde voltar, o teu abraço. Agia como uma extensão da tua força por não ter em mim, essa capacidade de a criar. És bom a acalmar-me, a criar sorrisos. E, por isso, sempre me deitei na tua coragem e nunca aprendi a desenhá-la de mim para mim. Quando o jogo reverteu e foste tu a precisar de um sorriso eu não te soube fazer sorrir. Eu não sei conjugar o verbo sorrir sem ti. Caí no poço. Olhei para dentro de mim à procura de respostas, à procura de um manual de instruções de como criar felicidade. E percebi que sempre tinhas sido tu a fazê-lo por mim, eu nunca aprendi a fazê-lo sozinha. Quando mais precisavas que te alegrasse e levantasse do teu poço eu estava subterrada no meu poço de tristeza. A sentir-me só, vazia, olhar impávido para um caminho que nunca aprendi a percorrer. Sem conseguir perceber que quem precisava de mim agora eras tu.

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